A conquista da Copa Conmebol de 1998 fez com que o Santos quebrasse um jejum de 29 anos sem títulos internacionais. Mas, antes de acabar com um tabu que teve início na época em que Pelé ainda atuava na Vila Belmiro, o elenco alvinegro precisou superar o Rosario Central e um clima de guerra promovido pelos torcedores locais para levantar a taça no estádio Gigante de Arroyito, em Rosário, na Argentina. Tiros para o alto, garrafas atiradas contra a delegação santista e um banco de reservas formado por apenas quatro atletas foram alguns dos obstáculos enfrentados pela equipe comandada por Emerson Leão.
Uma vitória por 1 a 0 na Vila Belmiro deu ao Santos uma vantagem magra para a segunda partida da final. O gol anotado pelo zagueiro Claudiomiro no jogo de ida dividiu espaço nas manchetes do dia seguinte com as confusões protagonizadas por brasileiros e argentinos. As provocações e agressões entre os atletas resultaram em seis expulsões – três para cada lado.
O clima ficou ainda mais pesado depois que o volante Narciso empurrou um adversário e viu Jean, seu companheiro de time, ser expulso por um equívoco do árbitro uruguaio José Luis da Rosa.
Os torcedores argentinos revidaram duas semanas depois de forma nada amistosa. Os tiros para o alto e as garrafas atiradas contra o elenco na chegada ao Gigante de Arroyito fizeram o técnico Emerson Leão lembrar de um de seus piores momentos em décadas no futebol.